sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Desperdício?

“Aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro, com ungüento de grande valor, e derramou-lho sobre a cabeça, quando ele estava assentado à mesa. E os seus discípulos, vendo isto, indignaram-se, dizendo: Por que é este desperdício?” (Mateus 26:5,6)

Quantas vezes já ouvi pessoas a insinuarem que servir ao Senhor é um desperdício…
‒ “Você vai perder a sua juventude!”, diziam alguns; ou, ‒ “Esse tempo não volta mais!”, diziam outros ‒ enquanto se “arrumavam para balada”. Seria mesmo um desperdício da minha juventude, da minha vida, rejeitar todas aquelas situações inconvenientes em virtude do que eu acreditava ser o correto? Quantas coisas me passavam pela cabeça…
Nasci num lar cristão e – graças às misericórdias do Senhor – não tive muito acesso às ciladas do inimigo, aos manjares malignos preparados para mim. O Senhor me livrou de muitas coisas degradantes, privou-me de muito infortúnio, isentou-me de imensas dores de cabeça. Louvado seja o Senhor por isso! Mas, será que foi livramento, ou eu perdi parte das coisas “boas” da vida?
Hoje vi um filme que se chama “Nunca é tarde demais”. Conta a história de dois doentes terminais que não tiveram tempo para aproveitar as “coisas boas” da vida (não obstante o facto de um deles possuir muito dinheiro, contudo, não o suficiente para lhe garantir uma “sobrevida”). Esse filme fez-me valorizar ainda mais a minha própria vida, o meu tempo, e perceber e lembrar que a minha juventude é uma pérola, uma jóia preciosa que eu possuo, algo de valor inestimável.
A pergunta que se coloca aqui é: Será que vale a pena “gastarmos” nossos dias, “desprezarmos” nosso vigor, “perdermos” a nossa juventude em prol do Evangelho de Cristo? Responda-me você!? Eu tenho a minha resposta…
Aquela mulher também possuía algo – um vaso de alabastro com unguento valiosíssimo – o qual ela derramou sobre a cabeça de Jesus. Diz um outro texto que ela “quebrou” o vaso antes de derramar o bálsamo. O vaso tinha de ser quebrado para liberar a sua essência. Uma vez partido, não poderia ser “reaproveitado”. Assim somos nós. Ser quebrado não é o ponto mais baixo da história do vaso de alabastro. Pelo contrário. É o ponto mais alto. É para isso que ele foi criado. E ela entregou ali o que tinha de mais valor, despejou aos pés do Senhor a sua maior importância. Essa mulher ofereceu, ofertou, dedicou, sacrificou aquilo de mais precioso que possuía. Que lição! Isto chama-se rendição, sujeição, entrega. Isto chama-se adoração!!! Alguns (inclusive discípulos) acharam que aquilo era um desperdício… Mas para aquela mulher, não importava a opinião dos homens, dos mestres, dos entendidos, dos abastados, ou dos desprovidos. Ela queria estar aos pés de Jesus. Tocá-lo – com suas mãos, com a sua vida e com o seu coração.
A palavra adoração vem do grego “Proskuneo” que significa reverenciar ou homenagear. É usada cerca de 59 vezes no Novo Testamento para indicar a homenagem que rende a uma pessoa ao prostrar-se a seus pés. Sua tradução literal seria: “Beijar a mão ou o piso diante de”. O que nós aprendemos aqui? Beijar denota contato, aproximação, relação. Pode-se reverenciar ou homenagear alguém à distância, mas o beijo requer aproximação, contato. Para nos achegarmos à Deus, devemos negar-nos a nós mesmos!
“ [Disse Jesus] Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?” (Marcos 8:34-36).
A minha resposta? Valeu a pena! E como tem valido, cada instante na presença do Senhor! Tenho aprendido que muitos vivem por Jesus, mas poucos estão dispostos a morrer por Ele.
Ah! “Senhor, na tua presença há delícias perpétuas!” (Salmos 16:11).
“Mais vale um dia na tua presença, do que mil dias em outro lugar!” (Salmos 84:10).
“Para onde iria eu, se só tu tens as palavras de vida eterna?” (João 6:68).

Lembre-se: O lugar mais alto que podemos estar…
… É aos pés de Jesus!

“Em obras!”

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